sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

"O amor te escapa entre os dedos e o tempo escorre pelas mãos"

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("Saber Amar" - Herbert Vianna)




"Eu não sou tão triste assim, é que hoje eu estou cansada."

(Clarice Lispector)







quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Mais uma vez, as palavras e eu


Que vontade de fazer greve!

Greve de comunicação, de entendimento, de tentativas de desculpas infundadas e inúteis, greve de sentimentos (e de sentimentalismos), de idéias, greve de mim. É isso! Queria ser, pelo menos hoje, mais leve do que o ar, e poder observar certas coisas que acontecem, com o distanciamento necessário, para não achar que estou perdendo a sanidade.

Queria poder acompanhar, passo a passo, esse processo mágico que dá poder às palavras, tanto as faladas quanto as escritas, de criar e também de arrasar, em questão de segundos. Logo eu, que gosto tanto delas, que preciso me expressar, quase tanto quanto preciso respirar, não faria isso, hoje. Só analisaria, em silêncio.

Descobri que ele, o silêncio, é a melhor, talvez a única arma contra as palavras destrutivas, pelo menos, no auge da tragédia. Quanto mais palavras se encontram no ar, vindas de lados opostos da questão, mais a ferida se abre, mais sangra, mais dói.

O silêncio também corta, também machuca (eu, fã das palavras, que o diga), mas é preferível, em casos assim.

Lágrimas não falam, ainda bem...por hoje, é só sentir e tentar absorver.

Para quem está em greve, e em guerra com as palavras, eu já falei até demais.



"Dissestes que se tua voz

Tivesse força igual

À imensa dor que sentes

Teu grito acordaria

Não só a tua casa

Mas a vizinhança inteira"


("Há Tempos" - Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonfá)