sábado, 31 de janeiro de 2009

"Entre partir, ficar... entre o norte e o sul"

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("Cruzando Raios" - Orlando Morais e Tony Costa)






"Amar é um elo

entre o azul

e o amarelo"

(Paulo Leminski)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Por que rotular ?

Você tem cara de que? Que impressão passa para as outras pessoas? Elas te vêem como você realmente é?

Complicado, porque, além da liberdade de idéias, opiniões e impressões, ainda existe o que as pessoas querem ver, na gente. O que elas desejam que sejamos.

Dizer que alguém parece ser assim ou assado, não acho nocivo. É natural que, ao conhecer uma pessoa, comecemos a traçar seu perfil, através da nossa percepção, e das informações que interpretamos, nela. O que me incomoda, é o hábito de sentenciar, que alguns tem, como se fossem os donos da verdade. Isso limita o ser humano, fecha a visão de quem faz, fere o alvo da "análise".

Crenças, como "Mulher bonita é burra", são irritantes. Muito.

Beleza é uma qualidade pertencente a um grupo (de qualidades). Inteligência, pertence a outro. Mas, o mais importante, é que ambas podem estar, e estão, dentro das pessoas, que são únicas, que tem muitas outras características, e que não podem ser reduzidas a esse ou àquele traço.

Acho triste essa visão simplista e egoísta, de mundo. Quem faz isso, costuma tentar usufruir das qualidades que, aos seus olhos, se destacam, nos outros. Tomar o todo, por uma só parte, é desrespeito.

Eu procuro ver as pessoas de forma ampla, completa, geral. É claro que algumas carcterísticas vão estabalecer nossas afinidades, mas é bom saber que há muito mais, já que cada um é um mundo.

Se houvesse uma campanha do tipo "Valorização do indivíduo completo", eu seria adepta, à ela.



sábado, 24 de janeiro de 2009

Bombeiro, astronauta, professor, médico, bailarina...


"A criança que você foi, vê seus sonhos realizados, no adulto que você é?". Fiz essa pergunta em uma comunidade virtual, há alguns meses, e me surpreendi com as respostas. Mesmo algumas pessoas que costumavam responder de forma evasiva e simplista, dissertaram sobre seus sonhos de infância, e sobre sua realidade, de "gente grande".

Falaram, principalmente, sobre a escolha profissional : ter feito a faculdade que os pais queriam que fizesse, estar em uma profissão que não as realiza, e não ter dado vasão ao seu lado, digamos, artístico, foram os ítens que mais se repetiram, dentre as queixas. Mas também falaram em outros sonhos, como casar-se, morar no exterior, ser um "cidadão do mundo".

Lamentos como : "Eu queria ter sido pai/mãe, mas dei mais importância aos estudos e ao trabalho", dividiram espaço, com outros, do tipo : "Engravidei muito cedo, não pude continuar na faculdade, gostaria de ter me formado."

Eu percebi, ao ler tudo isso, que os sonhos que a gente não realiza, passam, de alguma forma, a fazer parte das nossas lembranças de infância, ainda que tenham sido vontades acalantadas na juventude, ou mesmo já na idade adulta. Acho que as coisas que não se faz, vão encontrando espaço nas nossas memórias de criança, talvez porque esse saudosismo, que a gente associa à infância, seja menos pesado, mais fácil de carregar, e até um pouco doce.

Penso que, também, é uma maneira menos cruel, de lembrar do que poderia ter sido, e não foi, quando ficarmos velhos. Mais fácil do que pensar que a vida foi marcada por frustrações constantes, parece ser reportar-se a uma única fase da vida, que, por ser cheia de magia, encanto e inocência, compreende melhor, nossas fraquezas, medos e inseguranças. A junção dos opostos, traz o equilíbrio.

Não sei como será o futuro, mas, por hora, não tenho sonhos frustrados, de menina, para contar. Talvez porque eu saiba provar um pouquinho de cada coisa que sinta vontade, ou talvez porque eu tenha sorte, ou, ainda, talvez, porque eu não tenha sonhado tanto assim...não sei.

Bailarina eu nunca quis ser : coques muito bem arrumados, postura impecável, expressão facial, quase sempre, de "nada"...não, obrigada! Queria mesmo era ser Fada...ah, isso eu queria : correr pela floresta, com os cabelos soltos (muito melhor do que usar gel), poder sentar no chão, nadar no rio, subir em árvore, voar...e mostrar sempre, o que eu sentia, pelos gestos, pelo comportamento, pelas palavras, com naturalidade.

Dessas coisas que citei, só o "voar", fiquei me devendo. De forma literal, é claro, porque descobri, e ainda descubro, algumas boas alternativas.




quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

"Mas não me diga isso, não me dê atenção, e obrigado por pensar em mim"



("A Via Láctea" - Renato Russo/Dado Villa-Lobos/Marcelo Bonfá)


"Eu escrevi um poema triste

E belo, apenas da sua tristeza.

Não vem de ti essa tristeza,

Mas das mudanças do tempo,

Que ora nos traz esperanças,

Ora nos dá incerteza…

Nem importa, ao velho tempo,

Que sejas fiel ou infiel…

Eu fico, junto à correnteza,

Olhando as horas tão breves…

E das cartas que me escreves,

Faço barcos de papel"


(Mário Quintana)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

"Eu sinto a falta de você, me sinto só..."


"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas, às vezes, a saudade é tão profunda, que a presença é pouco : quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira, é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida." (Clarice Lispector)

"Saudade é amar um passado que ainda não passou, é recusar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida." (Pablo Neruda)

"Saudade é a presença dos ausentes." (Olavo Bilac)

"A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar." (Rubem Alves)

"O tempo não pára...só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo." (Mário Quintana)

"Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche." (Martha Medeiros)

"Também temos saudade do que não existiu, e dói bastante." (Carlos Drummond de Andrade)

"Saudade é ser, depois de ter." (Guimarães Rosa)

"E é só você que tem a cura do meu vício de insistir nessa saudade que eu sinto, de tudo que eu ainda não vi." (Renato Russo)






segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Strip tease


Chegou ao apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia um nervosismo fora do comum. Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer. Seria sua primeira vez. Já havia roído as unhas de ambas as mãos. Não podia mais voltar atrás.

Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender. Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela. A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.

Então, ela começou a se despir como nunca havia feito antes. Primeiro tirou a máscara : "Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu, sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto".

Então, ela desfez-se da arrogância: "Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."

Era o pudor sendo desabotoado: "Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou".

Retirava o medo: "Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei".

Por fim, a última peça caía, deixando-a nua : "Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou. Paramos aqui".

E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca.

(Martha Medeiros)








Oração ao Deus desconhecido de Nietzsche

Eu estava ouvindo uma palestra proferida por Leonardo Boff no ano 2000 chamada ''Tempo de transcendência- O ser humano ocmo um projeto infinito''. Nesta palestra que encontrei numa livraria sendo vendida em CD junto á ela toda transcrita e com um pouco mais de extensão do próprio Boff indo um pouco mais longe no assunto. Leonardo Boff tem uma trajetória muito conhecida ( veja mais sobre sua vida aqui http://www.leonardoboff.com/site/lboff.htm) e uma história de vida impressionante. Grande intelectual e sábio, que infelizmente você não vai ver dando palestra no lugar da novela das 8 nem no lugar do Big Brother. Considero um dos grandes brasileiros que são desconhecidos pela grande massa. Nesta palestra ele fala sobre o ser humano como projeto infinito, pois o ser humano é um ser de abertura, nunca estando pronto ou acabado. Além disso, Boff passa a discorrer sobre transcendência e imanência do ser humano e identificando esta dualidade como fenômeno proveniente do patriarcalismo, pois, a mulher seria um ser que engloba mais as coisas, que pensa mais com o corpo, diferente dos homens que teriam a inclinação á divisão entre mente e corpo. Enfim, estas foram breves explições de minha interpretação sobre alguns pontos capitais do pensamento de Boff exposto nesta palestra. Mas o motivo deste post é outro. Ao final da palestra, Boff traduz do alemão, uma oração que Nietzzche fizera. Nietzsche é conhecido como o homem que pregara a morte de Deus. Entendi que, segundo Boff, Nietzsche prenunciara a morte do Deus fabricado pelo homem, que reside em seu pensamento, sendo produção exclusivamente intelectual humana. Um Deus que segundo Boff

''...ele (Nietzsche) fala do Deus que tem que morrer mesmo, porque é o Deus das nossas cabeças, o Deus inventado, o Deus da metafísica, o Deus que não é vivo.''' (obra citada, editoras Sextante, pág 84).

Deus não deveria ser um ser que vêm de cima pra baixo, chega a afirmar Boff, mas sim o ser que vem de dentro. Nietzsche destrói o Deus cristão que é cercado de dogmas, regras etc e faz uma belissima Oração traduzida pelo próprio Boff:

''Antes de prosseguir em meu caminho e lançar o meu olhar para a frente mais uma vez, elevo, só, minhas mãos a TI na direção de quem fujo. A Ti, das profundezas de meu coração,, tenho dedicado altares festivos para que, em cada momento, Tua voz me pudesse chamar.Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras:

''Ao Deus desconhecido''.


Sim, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos sacrílegios. Seu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo. Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-Lo. Eu quero Te conhecer, desconhecido. Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida. Tu, o incompreensível, mas meu semelhante, quero Te conhecer, quer o servir só a Ti.''

Friedrich Nietzsche


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São palavras fortes as pronunciadas por Nietzsche nesta oração. Interpreto como um gesto de abertura ao desconhecido. Talvez Nietzsche estivesse realmente procurando ''Deus desconhecido'' porque não seja cognoscivel aos seres humanos, a não ser pela contemplação, pelo silêncio, pela veneração.Também não nos esqueçamos do conteúdo inconsciente, do encontro com seu ser verdadeiro. Mas prefiro ve-la como uma oração. Uma belissima oração, cheia de poesia e humanidade. Ao falar dele mesmo nessa busca ao Deus desconhecido, quantos de nós não se identificam com essa oração derivada desta busca de Nietzsche?

Qual sua interpretação?

domingo, 18 de janeiro de 2009

Links de posts interessantes de outros blogs

Debate entre Carl Sagan, Stephen Hawking e Arthur Clarke sbore diversas questões sobre o universo, o homem...



Essa é a parte 1, o restante você pode conferir diretamente no Sedentário e hiperativo.

http://www.sedentario.org/colunas/duvida-razoavel/deus-o-universo-e-todo-o-resto-11641#more-11641

"La musica que hacemos cuando hacemos el amor"


Palavras, no ar, podem soar como música. Depende das palavras, depende de quem as fala, depende do momento.

Outros sons, peculiares, aliados às palavras, ou em substituição à elas, também são como música.

Alguns diálogos inteiros, são músicas que produzimos, com emoção, paixão, espontaneidade, amor, desejo. São as músicas que compomos nos momentos de maior inspiração, com a melhor parceria, com todos os nossos recursos poéticos à flor da pele.

Gosto desses sons, gosto das melodias particulares, dos indícios, das sinalizações. Gosto de produzir música, em dupla.

São nossas emoções, levadas pelo vento, traduzidas em sons nem sempre audíveis, pelo sentido usual, mas sempre perceptíveis.

A mesma música, nova roupagem, outras versões...não importa. Sempre será linda, verdadeira, nossa.





Eros e Psiquê


EROS E PSIQUE

Conta a lenda que dormia

Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.



Autoria de Fernando Pessoa













Autoria da imagem de Eros & Psique em: http://remy.gfxartist.com/artworks/93975

Devir



Em face do infinito universo,
Nos achamos eternos,
Nao percebemos, mas a verdade é que
Não passamos de pequenos versos,
Escritos na areia,
cuja maré se deita,
e em um minuto que era,
não é mais,
sem nenhuma piedade,
agora repousa em paz,
o que era,
e não é mais,
Em busca da paz perdida face a angustia
angustia de saber que vou morrer,
amigo, ninguem pediu pra nascer,
ninguem quer morrer,
mesmo que peça,
O que resta?
resta a existencia,
só tenho esse meio tempo entre nascer e morrer,
outra explicação é resistencia



Sérgio, em tons azuis

retirado de meu antigo blog

http://blog.360.yahoo.com/blog-h_EPRE8ifrS1NkxknQUbvfT.6A--?cq=1

sábado, 17 de janeiro de 2009

Um jeito de exitir- Parte 1 de 2 ou talvez 3


Estou no mundo!!!! Não adianta fugir. Estou nele e dentro dele sou responsável por minha existência, ou melhor, do que eu faço com minha existência.
Olho para trás e tento carimbar minha vida como sendo minha história. É a minha história. O passado pode mudar, pois podemos mudar a forma como o significamos nos presente. E o que sou hoje reflete o que fui ontem. Somos construçõess demoradas... Primeiro a família, depois a creche, depois a escola, a faculdade etc...Somos produtos sócio-históricos, mas também somos participes dessa produção. Não importa o que fizeram com a gente, mas sim o que fizemos do que fizeram de nós (Jean-Paul Sartre).E o que temos feito de nós? O liberalismo (aqui uma explicação superficial) com seus valores na crença do poder individual, nos levou a estarmos cada vez mais sozinhos, estando cada vez mais individualistas, estamos cada vez mais sós, e sufocamos essas dores consumindo produtos. Ou você nunca ouviu alguem dizer para alguem que está triste : ''-Vamos tomar um banho de loja pra vc sair dessa deprê''. O homem agora está só consigo mesmo. Ninguém se faz só. Nossa humanidade é comprovada e reconhecida atráves do contato com outros seres humanos. Estamos cada vez mais sós. Cada vez mais sós e distantes de nós mesmos, pois assumimos máscaras que acreditamos que sejam o nosso eu verdadeiro. Cada vez mais me convenço da origem psicossocial das psicopatologias . Os outros seres humanos são tão importantes em nossas vidas, que fugimos deles. Nos escondemos com medo de nos perdermos, ou melhor, de nos dissolvermos....
E duma com um barulho destes


sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A arte da comunicação



Eu falo. Falo sempre, falo bastante. Às vezes, muito...outras vezes, demais. Admito. Mas a minha fala, não é um monólogo : gosto de escutar, de interagir, não me entendo bem, sem comunicação.


Esses diálogos começam em mim, comigo. Tenho discussões ferrenhas, sozinha. Minha razão e minha emoção, quando resolvem debater...aff!

Quando falo com alguém, espero resposta, é lógico, nem que seja um "Não tenho a menor idéia!"...qualquer manifestação é válida. Mas, quando quero concluir um assunto, e a pessoa com quem estou conversando, fala algo, antes que eu consiga terminar, e esse algo, muda totalmente o caráter da conversa, como se ela se antecipasse, quisesse adivinhar, ou corresse para se "proteger" do que achou que eu diria (e eu não iria dizer), fica tudo tão confuso! Eu não sei se concluo minha idéia inicial, se me dedico a dizer que eu não ia falar sobre o aspecto que ela abordou, se paro tudo, pra começar de novo...o problema maior, é que, na dúvida, faço tudo isso junto, e, adivinha? Não faço nenhuma dessas coisas, direito.

Momentos bonitos, podem virar fumaça, frente a uma simples frase dita fora de hora. Nessas ocasiões, o meu "Tudo bem...", não tem nada de tudo bem. Nada nessa mão, nada na outra...palavras, apenas, só palavras, afinal. Mas quando o que temos, são só as palavras, elas ganham uma dimensão incrível.

Preciso me aperfeiçoar na arte da comunicação. Talvez, por ironia e para castigo de pessoas prolixas, como eu, o talento, para isso, esteja no calar. Paradoxo? Sim, o maior deles.

Vou começar a treinar, vou tentar ser econômica. Só temo que, os sentimentos não verbalizados, se acumulem de tal forma, que possam me afogar.

Tudo bem (que nada...!) : nadar, eu sei. Se tiver que ser contra a maré, acho que sobrevivo.



quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A complicada busca pelo equilibrio criativo

''

LEVE, LEVE, muito leve,

Um vento muito leve passa, e vai-se, sempre muito leve. E eu não sei o que penso nem procuro sabê-lo.

''

Alberto Caieiro,
estrofe XIII de ''Guardador de rebanhos''


Essas palavras de Fernando Pessoa me lembram os momentos em que busco inspiração e não á encontro, mas á encontro quando eu não á busco. Seja em um trabalho da faculdade ou um post, ou uma poesia para a menina amada. A condição fundamental de um trabalho criativo é estar tranquilo, e isso significa estar em paz consigo e com os outros, pelo menos eu funciono assim. Estar em paz para criar e re-criar. A inspiração é algo que por um tempo chega em você como a energia elétrica na lâmpada. Apertando o interruptor a luz acende ou se apaga. Com a criatividade ocorre o mesmo, porém algumas vezes ela chega inesperadamente, em um momento em que as circunstâncias ambientais não nos favorece e podemos até deixá-la passar, não utilizando de nosso ''ineerruptor'' para usá-la em nosso benefício e dos outros também. Procurar racionalizar a criatividade é esterelizá-la, é perdê-la. Ela aparece leve, porém firme, e você sente que o momento em que ela aparece é o momento em que ela deve ser usada, pois, muita relutância também á fará sumir do mesmo jeito que apareceu. Um exemplo disso é a produção deste post. Quantas e quantas coisas legais me passam pela cabeça enquanto digito e em uma fração de segundos fico sem todas elas e depois passo um tempão tentando lembrar a idéia que tive e que passou tão rápida que não tive nem chance de ''agarrá-la'' e desviá-la. Criar é estar vivo. Não basta apenas estar-no-mundo fisicamente. A marca que vamos deixar nesta Terra será fruto de criações nossas. Sejam filhos, um livro, um projeto social, ou um carrinho feitos de palitos de sorvete que fizemos para dar de presente. Estar-no-mundo não basta se não reinventamos nosso dia-dia e por consequência o dia-dia dos outros. O ato de criar é sempre um ato de re-criação. Somos nossa história sendo re-criada eternamente., embora algumas mudanças não pareçam acontecer, como por exemplo no caso de alguem que tem uma visão de si e do outro estática, de alguma forma, algo muda, mesmo que á passos muito lentos. a criatividade é a transcendencia humana, é sinônimo de vida, de sangue pulsando, a vida e tudo o que ela engloba, a natureza, o ser humano, todas suas instâncias são criativas. A vida é movimento, ação, e ela requer a criatividade e exige isso de nós. Portanto, não tenho vergonha alguma de expôr meus pensamentos em forma de posts, e mesmo que ninguém os leia, me sinto aliviado por fazer girar a roda da vida e satisfazer meu mais profundo desejo de criar, criar, criar, criar, re-criar, re-criar e re-criar eternamente








Sopa de pão em ''Receitas Maravilhosas''

Sejam bom vindos a minha cozinha, eu sou o cozinheiro, prazer, hoje temos a íncrivel receita de sopa de pão, que aprendi com minha mãe que aprendeu com a saudosa Dona Aurélia, e como verão, é uma receita complexa e difícil de se fazer. Acompanhem-me com extrema atenção, pois cada detalhe é MUITO importante

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Pegue um prato;



Depois alguns pães;




Picote com as mãos o pão e com uma colher espalha sobre os pães algum achocolatado de sua preferência. Pegue leite e derrame sobre os pães, molhando-os de acordo com sua vontade. Pegue uma colher e se divirta



OBRIGADO por acompanharem esta deliciosa receita, complexa, bem difícil de se fazer.

Sentindo...


Esse vídeo, foi o resultado da nossa primeira parceria, ou melhor, do início da nossa parceria.





Um tema aparentemente simples, mas que ficou com o nosso toque, nosso cheiro, nosso som, nosso visual, e nosso gosto.


Palavras difíceis


Uma vez um professor meu ao corrigir uma prova minha me disse:

''-O Sérgio não sabe escrever... quer dizer escreve bem, mas joga muito as palavras...''

É verdade. Um de meus grandes desafios é aprender a me expressar melhor. Já dizia Heidegger , em linhas gerais, que nós seres humanos nos fazemos compreender pela via da poiesis, pela via da poesia, da metáfora. Aprender a se fazer compreender através da linguagem não é tão fácil para alguém introvertido e tímido e que escolheu uma profissão que lida com a linguagem e com a metáfora, arte e poesia. Estudos em psicologia apontam para a existência não de uma natureza humana, mas sim de sua história. O homem não teria uma natureza especifica, mas seria fundamentalmente formado por sua história, ou melhor, do que fez com sua história até aqui. Dentro de um olhar existencialista sartriniano, diriamos que o que importa ''... não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós."

Somos nossa história e sou responsável pelas minhas escolhas e pelo que faço com minha vida. Fui me construindo dessa forma tímida e recolhida, tanto que ainda tenho dificuldade em me fazer compreender. Só pela via das palavras digitadas, escritas, ditas é que vou conseguir me aprimorar. Só pela via dos contatos realmente humanos é que nos desenvolvemos. Contatos superficiais jogam nossa existência no limbo da estagnação, e do desperdicío de nosso estar-no-mundo-com-o-outro. Nossa vida é fazer contato e nos desenvolvermos atualizando nossas potencialidades e nos fazendo seres melhores.

Obrigado professor pela dica!!!





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O que é a vida?

Não sei, só sei o que seria da vida sem as outras pessoas. E mais ainda, sem estar em contato realmente intimo com algumas delas. Existir é estar no mundo, estar-no-mundo é estar-com-o-outro. A coisa mais bela é estar intimo de alguem. Participar da vida de alguém. Deixar com que participem de sua vida. Não sei o que é a vida, mas sei como não deve se-la. Esse vídeo é um homenagem a sensualidade, a sexualidade, a intimidade, o compartilhamento, o estar-com-o-outro sem se perder no outro. Pra viver tudo isso é preciso coragem e entrega:


Fotos e música tiradas da net e video montado por nos.