("Cruzando Raios" - Orlando Morais e Tony Costa)
"Amar é um elo
entre o azul
e o amarelo"
(Paulo Leminski)
∂є¢ι∂ιмσѕ ρяσ∂υzιя νí∂єσѕ, αgσяα ∂є fσямα мαιѕ єfєтινα, ρσяqυє נá νíинαмσѕ fαzєи∂σ, ∂є мαиєιяα єѕρσяá∂ι¢α. мαѕ qυєяíαмσѕ мαιѕ. мαιѕ ℓιgαçãσ, мαιѕ ιитιмι∂α∂є, мαιѕ ρяσχιмι∂α∂є, мαιѕ ¢σмραятιℓнαмєитσ. “σ gαтσ є α ¢σєℓнα”, ѕєяá υмα ѕíитєѕє ∂є тυ∂σ ιѕѕσ, υм ℓυgαя иσѕѕσ, υм ℓσ¢αℓ ∂є ι∂єитιfι¢αçãσ, υм α¢σи¢нєgσ, ραяα ¢єℓєвяαя иσѕѕα нιѕтóяια. иσѕѕσ ρяσρóѕιтσ é fαzê-ℓσ υм єѕρєℓнσ ∂σѕ иσѕѕσѕ ∂ιαѕ, ∂σѕ иσѕѕσѕ ѕєитιмєитσѕ, ∂αѕ иσѕѕαѕ σριиιõєѕ є ρєиѕαмєитσѕ. ѕσвяє тυ∂σ, υм ℓυgαя ραяα єѕтαя ρσя ρяαzєя.
("A Via Láctea" - Renato Russo/Dado Villa-Lobos/Marcelo Bonfá)
"Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza,
Mas das mudanças do tempo,
Que ora nos traz esperanças,
Ora nos dá incerteza…
Nem importa, ao velho tempo,
Que sejas fiel ou infiel…
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves…
E das cartas que me escreves,
Faço barcos de papel"
Eu estava ouvindo uma palestra proferida por Leonardo Boff no ano 2000 chamada ''Tempo de transcendência- O ser humano ocmo um projeto infinito''. Nesta palestra que encontrei numa livraria sendo vendida em CD junto á ela toda transcrita e com um pouco mais de extensão do próprio Boff indo um pouco mais longe no assunto. Leonardo Boff tem uma trajetória muito conhecida ( veja mais sobre sua vida aqui http://www.leonardoboff.com/site/lboff.htm) e uma história de vida impressionante. Grande intelectual e sábio, que infelizmente você não vai ver dando palestra no lugar da novela das 8 nem no lugar do Big Brother. Considero um dos grandes brasileiros que são desconhecidos pela grande massa. Nesta palestra ele fala sobre o ser humano como projeto infinito, pois o ser humano é um ser de abertura, nunca estando pronto ou acabado. Além disso, Boff passa a discorrer sobre transcendência e imanência do ser humano e identificando esta dualidade como fenômeno proveniente do patriarcalismo, pois, a mulher seria um ser que engloba mais as coisas, que pensa mais com o corpo, diferente dos homens que teriam a inclinação á divisão entre mente e corpo. Enfim, estas foram breves explições de minha interpretação sobre alguns pontos capitais do pensamento de Boff exposto nesta palestra. Mas o motivo deste post é outro. Ao final da palestra, Boff traduz do alemão, uma oração que Nietzzche fizera. Nietzsche é conhecido como o homem que pregara a morte de Deus. Entendi que, segundo Boff, Nietzsche prenunciara a morte do Deus fabricado pelo homem, que reside em seu pensamento, sendo produção exclusivamente intelectual humana. Um Deus que segundo Boff
''...ele (Nietzsche) fala do Deus que tem que morrer mesmo, porque é o Deus das nossas cabeças, o Deus inventado, o Deus da metafísica, o Deus que não é vivo.''' (obra citada, editoras Sextante, pág 84).
Deus não deveria ser um ser que vêm de cima pra baixo, chega a afirmar Boff, mas sim o ser que vem de dentro. Nietzsche destrói o Deus cristão que é cercado de dogmas, regras etc e faz uma belissima Oração traduzida pelo próprio Boff:
''Antes de prosseguir em meu caminho e lançar o meu olhar para a frente mais uma vez, elevo, só, minhas mãos a TI na direção de quem fujo. A Ti, das profundezas de meu coração,, tenho dedicado altares festivos para que, em cada momento, Tua voz me pudesse chamar.Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras:
''Ao Deus desconhecido''.
Sim, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos sacrílegios. Seu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo. Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-Lo. Eu quero Te conhecer, desconhecido. Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida. Tu, o incompreensível, mas meu semelhante, quero Te conhecer, quer o servir só a Ti.''
Friedrich Nietzsche
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São palavras fortes as pronunciadas por Nietzsche nesta oração. Interpreto como um gesto de abertura ao desconhecido. Talvez Nietzsche estivesse realmente procurando ''Deus desconhecido'' porque não seja cognoscivel aos seres humanos, a não ser pela contemplação, pelo silêncio, pela veneração.Também não nos esqueçamos do conteúdo inconsciente, do encontro com seu ser verdadeiro. Mas prefiro ve-la como uma oração. Uma belissima oração, cheia de poesia e humanidade. Ao falar dele mesmo nessa busca ao Deus desconhecido, quantos de nós não se identificam com essa oração derivada desta busca de Nietzsche?
Qual sua interpretação?
Conta a lenda que dormia
Em face do infinito universo,
Nos achamos eternos,
Nao percebemos, mas a verdade é que
Não passamos de pequenos versos,
Escritos na areia,
cuja maré se deita,
e em um minuto que era,
não é mais,
sem nenhuma piedade,
agora repousa em paz,
o que era,
e não é mais,
Em busca da paz perdida face a angustia
angustia de saber que vou morrer,
amigo, ninguem pediu pra nascer,
ninguem quer morrer,
mesmo que peça,
O que resta?
resta a existencia,
só tenho esse meio tempo entre nascer e morrer,
outra explicação é resistencia
Estou no mundo!!!! Não adianta fugir. Estou nele e dentro dele sou responsável por minha existência, ou melhor, do que eu faço com minha existência.
Olho para trás e tento carimbar minha vida como sendo minha história. É a minha história. O passado pode mudar, pois podemos mudar a forma como o significamos nos presente. E o que sou hoje reflete o que fui ontem. Somos construçõess demoradas... Primeiro a família, depois a creche, depois a escola, a faculdade etc...Somos produtos sócio-históricos, mas também somos participes dessa produção. Não importa o que fizeram com a gente, mas sim o que fizemos do que fizeram de nós (Jean-Paul Sartre).E o que temos feito de nós? O liberalismo (aqui uma explicação superficial) com seus valores na crença do poder individual, nos levou a estarmos cada vez mais sozinhos, estando cada vez mais individualistas, estamos cada vez mais sós, e sufocamos essas dores consumindo produtos. Ou você nunca ouviu alguem dizer para alguem que está triste : ''-Vamos tomar um banho de loja pra vc sair dessa deprê''. O homem agora está só consigo mesmo. Ninguém se faz só. Nossa humanidade é comprovada e reconhecida atráves do contato com outros seres humanos. Estamos cada vez mais sós. Cada vez mais sós e distantes de nós mesmos, pois assumimos máscaras que acreditamos que sejam o nosso eu verdadeiro. Cada vez mais me convenço da origem psicossocial das psicopatologias . Os outros seres humanos são tão importantes em nossas vidas, que fugimos deles. Nos escondemos com medo de nos perdermos, ou melhor, de nos dissolvermos....
E duma com um barulho destes
Eu falo. Falo sempre, falo bastante. Às vezes, muito...outras vezes, demais. Admito. Mas a minha fala, não é um monólogo : gosto de escutar, de interagir, não me entendo bem, sem comunicação.
LEVE, LEVE, muito leve,
Um vento muito leve passa, e vai-se, sempre muito leve. E eu não sei o que penso nem procuro sabê-lo.Essas palavras de Fernando Pessoa me lembram os momentos em que busco inspiração e não á encontro, mas á encontro quando eu não á busco. Seja em um trabalho da faculdade ou um post, ou uma poesia para a menina amada. A condição fundamental de um trabalho criativo é estar tranquilo, e isso significa estar em paz consigo e com os outros, pelo menos eu funciono assim. Estar em paz para criar e re-criar. A inspiração é algo que por um tempo chega em você como a energia elétrica na lâmpada. Apertando o interruptor a luz acende ou se apaga. Com a criatividade ocorre o mesmo, porém algumas vezes ela chega inesperadamente, em um momento em que as circunstâncias ambientais não nos favorece e podemos até deixá-la passar, não utilizando de nosso ''ineerruptor'' para usá-la em nosso benefício e dos outros também. Procurar racionalizar a criatividade é esterelizá-la, é perdê-la. Ela aparece leve, porém firme, e você sente que o momento em que ela aparece é o momento em que ela deve ser usada, pois, muita relutância também á fará sumir do mesmo jeito que apareceu. Um exemplo disso é a produção deste post. Quantas e quantas coisas legais me passam pela cabeça enquanto digito e em uma fração de segundos fico sem todas elas e depois passo um tempão tentando lembrar a idéia que tive e que passou tão rápida que não tive nem chance de ''agarrá-la'' e desviá-la. Criar é estar vivo. Não basta apenas estar-no-mundo fisicamente. A marca que vamos deixar nesta Terra será fruto de criações nossas. Sejam filhos, um livro, um projeto social, ou um carrinho feitos de palitos de sorvete que fizemos para dar de presente. Estar-no-mundo não basta se não reinventamos nosso dia-dia e por consequência o dia-dia dos outros. O ato de criar é sempre um ato de re-criação. Somos nossa história sendo re-criada eternamente., embora algumas mudanças não pareçam acontecer, como por exemplo no caso de alguem que tem uma visão de si e do outro estática, de alguma forma, algo muda, mesmo que á passos muito lentos. a criatividade é a transcendencia humana, é sinônimo de vida, de sangue pulsando, a vida e tudo o que ela engloba, a natureza, o ser humano, todas suas instâncias são criativas. A vida é movimento, ação, e ela requer a criatividade e exige isso de nós. Portanto, não tenho vergonha alguma de expôr meus pensamentos em forma de posts, e mesmo que ninguém os leia, me sinto aliviado por fazer girar a roda da vida e satisfazer meu mais profundo desejo de criar, criar, criar, criar, re-criar, re-criar e re-criar eternamente
Sejam bom vindos a minha cozinha, eu sou o cozinheiro, prazer, hoje temos a íncrivel receita de sopa de pão, que aprendi com minha mãe que aprendeu com a saudosa Dona Aurélia, e como verão, é uma receita complexa e difícil de se fazer. Acompanhem-me com extrema atenção, pois cada detalhe é MUITO importante
.Pegue um prato;
Depois alguns pães;
Uma vez um professor meu ao corrigir uma prova minha me disse:
''-O Sérgio não sabe escrever... quer dizer escreve bem, mas joga muito as palavras...''
É verdade. Um de meus grandes desafios é aprender a me expressar melhor. Já dizia Heidegger , em linhas gerais, que nós seres humanos nos fazemos compreender pela via da poiesis, pela via da poesia, da metáfora. Aprender a se fazer compreender através da linguagem não é tão fácil para alguém introvertido e tímido e que escolheu uma profissão que lida com a linguagem e com a metáfora, arte e poesia. Estudos em psicologia apontam para a existência não de uma natureza humana, mas sim de sua história. O homem não teria uma natureza especifica, mas seria fundamentalmente formado por sua história, ou melhor, do que fez com sua história até aqui. Dentro de um olhar existencialista sartriniano, diriamos que o que importa ''... não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós."
O que é a vida?